SAÚDE DA MULHER
HPV atinge 30% das mulheres
Estimativas apontam que o Papiloma Vírus Humano (HPV) atinge 30%
das mulheres entre 15 e 60 anos. Mas muitas pessoas são
portadoras sem apresentar sintomas, apesar de continuarem
transmitindo o vírus
[05
Março 15h28min 2005]
Ainda não há uma cura para o vírus, mas há
controle. Após ser detectado, as células da região afetada devem
ser destruídas através de processos físicos ou químicos.
Um vírus que pode ficar instalado no corpo sem se manifestar,
transmitido através de contato sexual e que está diretamente
associado ao câncer de colo de útero. Com essas características,
o Papiloma Vírus Humano (HPV) é considerado uma das principais
preocupações relacionadas à saúde da mulher.
Segundo a chefe do Departamento de Saúde Materna Infantil da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC),
Sílvia Bonfim Hyppólito, cerca de 30% das mulheres entre 15 e 60
anos apresentam o HPV. ''Essa é apenas a ponta do iceberg.
Muita gente é portador e não sabe'', destaca. O vírus vive na
pele e nas mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de
útero, e pênis.
''Se a pessoa evita o HPV tem menos chance de
desenvolver câncer de colo de útero'', destaca o ginecologista
Edson Lucena. Apesar de nem todo tipo de HPV levar ao câncer,
está comprovado que a maioria das mulheres que desenvolvem
tumores malignos no colo do útero foram antes infectadas pelo
HPV.
Lucena explica que ainda não há uma cura para o vírus, mas há
controle. Após ser detectado, as células da região afetada devem
ser destruídas através de processos físicos ou químicos. O
médico lembra que mesmo sem desenvolver sintomas, a pessoa pode
estar transmitindo o HPV. ''Alguns filhos de mães com HPV podem
desenvolver o vírus na laringe após o parto'', acrescenta.
O presidente da Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia,
Fernando Aguiar, explica que há vários tipos de HPV. Apesar
alguns serem mais perigosos que outros, por estarem relacionados
ao câncer de colo de útero, todos exigem tratamento. O
diagnóstico precoce impede que a paciente tenha complicações
futuras. No entanto, a melhor forma de combater o HPV ainda é
através da prevenção. (Débora Dias)
SAIBA MAIS SOBRE HPV
O que é
- O HPV (sigla em inglês para Human Papiloma Virus)
é uma família de vírus com mais de 80 tipos. Vive na pele e nas
mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis.
Trata-se de uma infecção adquirida através de contato sexual.
- Nos genitais, existem duas formas de manifestação clínica: as
verrugas genitais que aparecem na vagina, pênis e anus; e outra
forma, que é microscópica, que aparece no pênis, vagina e colo
de útero. Na vulva, ele causa a doença chamada condiloma
genital.
- Enquanto alguns deles causam apenas verrugas comuns no corpo,
outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que,
se não tratadas, se transformam em câncer de colo do útero.
Geralmente, esta infecção não resulta em câncer. Mas é
comprovado que 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino,
foram antes infectadas por este vírus. No Brasil, cerca de 7 mil
mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.
Sintomas e diagnóstico
- Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV não
apresenta sintomas. O vírus pode ficar instalado no corpo por
muito tempo sem se manifestar, apesar de poder ser transmitido.
Pode entrar em ação em determinadas situações como na gravidez
ou numa fase de estresse, quando a defesa do organismo fica
abalada.
- A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a
relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não
perceber qualquer alteração em seu corpo.
- O diagnóstico de suspeita do HPV é feito através dos exames de
papanicolaou ou a colposcopia e o diagnóstico de certeza é feito
através de biópsia da área suspeita. Existem também exames que
identificam o tipo do vírus e se os mesmos são cancerígenos.
Tratamento
- Uma vez detectado, e se está causando lesão
específica, as células do local devem ser submetidas a
destruição química ou física. O procedimento deve sempre ser
indicado e realizado por médico especialista.
- Em seus estágios iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem
ser tratadas com sucesso em cerca de 90% dos casos, impedindo
que a paciente tenha maiores complicações no futuro.
- O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o
vírus. Deve ser feito o acompanhamento sistemático.
- A melhor arma contra o HPV é a prevenção e se fazer o
diagnóstico o quanto antes.
Prevenção
- Manter cuidados higiênicos
- Ter parceiro fixo ou reduzir o número de parceiros
- Usar preservativos em todas as relações sexuais
- Visitar regularmente seu ginecologista para fazer todos os
exames de prevenção
- É importante que o parceiro também procure um médico para
verificar se ele está com o vírus.
Fonte: Sérgio dos Passos Ramos,
ginecologista; Édson Lucena, ginecologista.
PROBLEMAS QUE ATINGEM A SAÚDE DA MULHER
Gonorréia
Infecção causada por uma bactéria. Na mulher tem aspecto clínico
variado desde formas quase sem sintomas até vários tipos de
corrimento amarelados e com odor forte na vagina (vaginite) e
uretra. A infecção não tratada avança para trompas e útero. A
mulher infectada transmite a doença para o filho durante o
parto, podendo dar cegueira na infeção dos olhos do bebê.
Sífilis
É uma infeção causada por uma bactéria. No homem e na
mulher, 20 a 30 dias após o contato sexual surgem uma pequena
ferida (úlcera) nos órgãos genitais (pênis, vagina, colo do
útero, reto). Essa úlcera também é chamada de cancro duro (que
vem junto com gânglios na virilha) e ambos desaparecem em um
mês, dando a falsa impressão de que a doença sarou. Surgem
depois de um a dois meses manchas na pele (sífilis secundária),
que pode progredir agredindo o sistema nervoso e o coração. As
gestantes com sífilis podem ter abortamentos, natimortos ou
fetos com problemas de má formação.
Cancro Mole ou Bubão
É causada por uma bactéria chamada Haemophilus ducrey.
Neste caso, surgem várias feridas nos genitais (que são
doloridas) e na virilha. A secreção dessas feridas podem
contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas
e outras partes do corpo.
Tricomoníase
É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na
mulher causa um corrimento amarelo, fétido, com cheiro típico,
que pode causar irritação urinária. No homem passa despercebido,
mas mesmo assim ele pode contaminar e ser contaminado pela
mulher. O casal deve fazer o tratamento.
Herpes Genital
É causada por vírus. Em ambos os sexos surgem pequenas bolhas
que se rompem e causam ardência ou queimação (mas, que
cicatrizam sozinhas). Aparecem e desaparecem espontaneamente
regulada por estresse ou cliclo menstrual. Não há cura
definitiva. O contágio sexual só ocorre quando as bolhas estão
no pênis, vagina ou boca.
Condiloma acuminado ou crista de galo
É causado pelo HPV. É uma virose que está relacionada com o
câncer de colo do útero e câncer do pênis. É uma doença de
difícil tratamento pois, como os anti-bióticos não atuam contra
o vírus, precisa ser um medicamento anti-vírus como é usado na
Aids. É caracterizada por uma pequena verruga nos órgãos
genitais tanto do homem como da mulher. O tratamento é do casal.
Uma mulher com esse vírus deve evitar ficar grávida, pois o
filho será contaminado com graves conseqüências.
Candidíase
É uma doença causada por uma micose ou fungo chamada de
Candida albicans, que produz um corrimento semelhante a
um leite coalhado que causa muita coceira e afeta 20 a 30% das
mulheres jovens e adultas. Surge com a gravidez, com a
puberdade, diabetes, estresse e antibióticos. No homem dá
coceira no pênis, vermelhidão na glande e no prepúcio. Deve se
tratar o casal.
Clamidea
É considerada atualmente a doença sexualmente transmissível de
maior incidência no mundo, podendo atingir homens e mulheres em
qualquer fase de suas vidas, desde quando nascem de mães
contaminadas ou durante o contato sexual. Nas mulheres, a porta
de entrada é o colo uterino. O sintoma, quando ocorre, é um
discreto corrimento.
Endometriose
Não é sexualmente transmissível e acomete as mulheres em idade
reprodutiva. Consiste na presença de endométrio em locais fora
do útero. Endométrio é a camada interna do útero que é renovada
mensalmente pela menstruação. O principal sintoma é a dor na
época da menstruação, também comuns nas relações sexuais. Mas
muitas mulheres que tem endometriose não sentem nada, apenas tem
dificuldade em engravidar. Atualmente não há cura para a
endometriose. No entanto a dor e os sintomas dessa doença podem
ser diminuídos.
Fonte: Ministério da Saúde, Associação Brasileira de
Endometriose e Banco de Dados |
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