ENDOMETRIOSE

Matéria publicada na edição nº 746 da Folha Universal



 Inahiá Castro

São Paulo/SP – Fortes dores antes e durante a menstruação, desconforto abdominal, dores durante ou após as relações sexuais. Estes são alguns dos sintomas da endometriose, uma doença que apesar de afetar de 10% a 15% das mulheres em idade fértil, ainda não tem sua causa completamente conhecida. Segundo a Associação Americana de Endometriose, várias teorias têm sido estudadas sobre o que provoca o desenvolvimento da doença, porém, devido à diversidade dos quadros clínicos, não é possível adequá-las a todos os casos.

O endométrio é o tecido que cobre a parte interior do útero e cresce a cada mês, sendo eliminado no período menstrual. A endometriose caracteriza-se pelo aparecimento deste tecido fora do útero. Uma das teorias sugere que pequenos fragmentos de tecido endometrial passem para o interior do corpo através das trompas de falópio, alojando-se e crescendo no abdome. Os locais mais comuns ao aparecimento dos focos de tecidos do endométrio são os ovários e os ligamentos que sustentam o útero. Eles podem aderir também à superfície externa dos intestinos delgado e grosso, dos ureteres (tubos que ligam os rins à bexiga), da bexiga, da vagina e à cicatrizes cirúrgicas abdominais ou ao revestimento da cavidade torácica.

Alguns cientistas acreditam que o refluxo do tecido menstrual seja comum a todas as mulheres, porém, um problema no sistema imunológico ou questões hormonais podem permitir que o tecido se estabeleça e cresça nas mulheres que desenvolvem a endometriose.

Outra teoria estuda a possibilidade de que o sistema linfático ou sangüíneo seja o responsável pela distribuição do tecido endometrial por outras partes do corpo. Fatores genéticos e imunológicos podem ser apontados como possível causa da doença. Mulheres que engravidam após os 30 anos de idade também apresentam maior propensão de desenvolver a enfermidade.

Pode-se dizer que a endometriose é um mal recente. Antigamente, quando as mulheres engravidavam mais cedo e tinham mais filhos, o fato de menstruarem menos fazia com que corressem menor risco de apresentar a doença. Especialistas afirmam que as mulheres antigas menstruavam em média 60 vezes durante sua vida fértil. Hoje esse número subiu para 600, aumentando em muito a quantidade de sangramentos.

Diagnóstico

“O histórico clínico da paciente é a tendência mais moderna para diagnosticar a endometriose”, diz o ginecologista Sérgio dos Passos Ramos. Ele explica que através do exame de toque, o médico pode detectar a presença da enfermidade. O médico aponta que a doença também pode ser diagnosticada através de uma ultra-sonografia bem feita e alguns exames específicos de sangue.

A laparoscopia, exame endoscópico feito com anestesia geral, através do qual se pode retirar amostras de tecido, é o método mais acertivo para diagnosticar a endometriose. Mas, antes de partir para este procedimento, o médico pode iniciar um tratamento à base de contraceptivos, para verificar se há melhora dos sintomas. O ginecologista avalia que, neste caso, os resultados podem ser observados em um prazo de seis meses.

As principais recomendações que ele dá é que o diagnóstico seja feito com cautela e que as mulheres não tenham medo de tratar e lidar com a endometriose.

Leia a matéria completa no site da Folha Universal

revisto e atualizado em 01 de maio de 2015

 

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